terça-feira, 20 de julho de 2010

Dia do Amigo


Dia do Amigo
[Patricia Montenegro]


Hoje comemoramos o dia do amigo. Mas na verdade todos os dias são,ou deveriam ser, dias do amigo. Do amigo verdadeiro, aquele que está presente em todos os momentos de nossas vidas.
Está tão presente que às vezes esquecemos de dizer como eles são importantes em nossas vidas.
Os amigos são conquistados. E que nobre e valiosa conquista.
É como diz, mais ou menos, a canção de Milton Nascimento: “Amigo é coisa para se guardar no lado esquerdo do peito debaixo de 7 chaves”. E devemos guardar muito bem. Pois um amigo é uma jóia rara.
O amigo é o irmão; é o pai que escolhemos. Amigos são presentes de Deus. Os verdadeiros amigos são para sempre. Não existindo tempo ou distância capazes de enfraquecer esse sentimento tão nobre que é a amizade.
Amigo é aquele que está sempre pronto para nos escutar.Que nos estende a mão nas horas difíceis. Que está presente mesmo quando fisicamente ausente.
Um amigo verdadeiro fica feliz com a sua felicidade e com o seu sucesso. Ele compartilha com você.
Um amigo entende o nosso silêncio e ainda que não digamos nada sabe quando estamos sofrendo e se fazem presentes. Com um gesto, um olhar ou uma palavra.
Amigos choram e riem juntos. São fieis e solidários. Não criticam ou julgam. Aceitam.
O sorriso franco de um amigo tem o poder de nos fortalecer.
O abraço forte que nos transmite tanta força e energia.
Com os amigos dividimos sonhos, alegrias e sucessos.
Como definir algo tão importante como um amigo?
Não há definição que faça justiça a esse sentimento que vem da alma.
Não importa a quantidade de amigos que tenhamos e sim a qualidade.
Portanto hoje diga a seus amigos como eles são importantes em sua vida. Telefone; encontre ou procure por ele, mas faça alguma coisa para que ele saiba que você gosta tanto dele como ele de você.
Que no dia de hoje você possa compartilhar com seus amigos toda a alegria pelo simples fato de vocês existirem.
Amigo..obrigada por você existir..!!



Rio de Janeiro, em um tempo qualquer, sem datas , horarios, sempre

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Ilusão Terminou [E não foi surpresa]



Ilusão Terminou [E não foi surpresa]
[Patricia Montenegro]

É isso! Seleção Brasileira foi desclassificada. Hora de voltar para casa e de voltarmos a nossa realidade[que é bem difícil e dura] e seguir a vida em frente. Voltar ao mundo real.
Terminou o sonho, a ilusão e a vontade de acreditar no bom futebol.
Eu apesar de não entender nada de futebol não confiava, acreditava ou via a nossa Seleção como campeã.
Infelizmente sei que existem muitos interesses econômicos, políticos, comerciais e individuais envolvidos em uma Copa do Mundo.
[E já vimos esse filme antes não é?]
Uma boa Seleção de futebol – para representar seu País – não é feita de ‘estrelas’ solitárias. De egos ressaltados. De brilho pessoal. Uma seleção é feita de equipe. De jogadores que estejam voltados para um mesmo objetivo. Uma seleção é feita de garra, vibração, patriotismo, vibração e inteligência [frieza] nas horas necessárias.
É preciso ter equilíbrio não somente técnico, mas emocional para lidar com as situações que surgem em uma partida de futebol.
É preciso ter um técnico que saiba lidar com todas as situações e aja e reaja na hora certa.
Infelizmente não vimos isso no nosso técnico Dunga que se preocupou demais em brigas pessoais ao invés de perceber a fragilidade que a seleção demonstrava.
Nossa seleção sempre se mostrou instável técnica e emocionalmente.
O fator sorte ajudou a classificar a nossa Seleção para essa etapa. Nossos primeiros adversários, verdade seja dita, não eram fortes e mesmo assim não podemos dizer que vencemos com facilidade.
Não pensem que eu torci contra a Seleção Brasileira. Não é isso. A cada inicio de uma nova partida meu coração bateu mais forte e torci para que nossa seleção vencesse apesar de tudo.
Apenas não consegui acreditar na nossa seleção. Não senti força. Raça. Determinação. Muitas vezes senti apatia e não seria realmente justo que ela chegasse à final com o fator sorte.
Perdemos. Isso é fato. E quem sabe tenhamos merecido essa derrota para que possamos consertar e aprender com os erros e assim chegar com merecimento a Copa de 2014 que por sinal será sediada pelo Brasil.
Agora é hora de levantar a cabeça, enxugar a lágrima, sacudir a poeira e dar a volta por cima e seguir em frente. Hora de dar o exemplo para o futuro.
Que nessa Copa do Mundo vença a seleção que demonstrar o futebol limpo [sem política e/ou interesses comerciais] o futebol arte, raça, mágico que encanta e entusiasma.
Sou uma brasileira que torceu pela sua Seleção, mas que tem a consciência de que não tínhamos condições de vencer essa Copa.
Sou uma brasileira que tem saudades de um tempo que não viveu quando o futebol era realmente um jogo de futebol.
Agora: bola para frente!


Rio de Janeiro, 02 de julho de 2010- 16h24min

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Saudades da Bahia


Saudades da Bahia
[Patricia Montenegro]

Hoje amanheci com um gosto de saudade dentro de mim. Saudade de uma pequena parte da minha infância vivida na Bahia. Foi pouco tempo. Dos 3 aos 5 anos. E nessa fase da vida não temos uma memória completa. [A minha pelo menos] Portanto é uma saudade feita de ‘flashes’ porém não menos marcantes.
Nessa época meu pai militar da aeronáutica foi transferido para Salvador. Moramos em duas casas a primeira que pouco me recordo em Ondina e a segunda da qual tenho mais recordações na Barra.
Para uma criança pequena morar em uma casa é um presente. A sensação de liberdade é enorme. Foi lá que comecei as minhas primeiras brincadeiras de criança e fiz meus primeiros amiguinhos. Tanto na escola como os meus vizinhos. Um casal de irmãos, filhos de militares também, que eram meus melhores amigos.
Uma das coisas que mais me recordo de Salvador era o céu azul e límpido. O clima sempre agradável o que me possibilitava idas diárias a praia. Eu nem me importava com a hora da chuva. Tornou-se uma brincadeira fugir da chuva e depois de alguns minutos voltar a brincar na praia com o sol a nos brindar.
Lembro a primeira vez que cismei que tinha que comer um acarajé, que adoro até hoje, e lá fui eu de mãos dadas com minha mãe até o verdadeiro tabuleiro da baiana. Ela toda de branco, roupa limpa como a nuvem, tabuleiro todo arrumado, um convite à degustação. Ela então me olhou e perguntou: ‘quente’ ou ‘frio’? Na minha cabeça de criança carioca é claro que eu queria quente! E respondi com a maior segurança, antes que minha mãe pudesse intervir quente!
Bom quando mordi o acarajé descobri que o quente realmente fazia esquentar, mas por causa da pimenta! Foi a minha primeira lição. Cheguei a conclusão que o ideal era o acarajé ‘morno’.
Eu morava em uma casa confortável. Não era grande. Mas tinha um belo jardim na frente e um quintal nos fundos.
O quintal dos fundos da casa era onde eu brincava com o meu jipe verde. Fazia minhas manobras que me levavam a lindas viagens imaginárias. Eu não tinha muitos brinquedos. Mas o meu jipe me bastava. Era uma infância saudável sem essa loucura de vídeo games de luta de hoje em dia.
Na frente da casa tinha o jardim. Onde imperavam três belos coqueiros. Eram os ‘meus amigos’ especiais. Gostava de contar para eles as minhas aventuras, sonhos e medos. Eu achava que seus cocos eram seus filhos. E de uma certa forma eu não estava errada.
Pode parecer estranho conversar com coqueiros, mas na cabeça de uma criança existe lugar para a fantasia. E eu gostava de sentar em frente a eles (embaixo minha mãe não permitia, dizia que um coco poderia cair na minha cabeça) e mostrar meus desenhos, meus deveres da escola e contar para eles o meu dia. Era com eles que ficava quando estava triste também. Eles faziam parte da minha vida.
O dia festivo era o dia da coleta dos cocos. Os coqueiros ficavam repletos. E lembro da fila que se formava em frente a nossa casa para a distribuição dos cocos. Eu ficava feliz em ajudar a entregar os cocos e com a felicidade das pessoas.
Eu ficava feliz também porque sabia que naquele dia teria doce de coco! Como era gostoso. E beber a água de coco fresquinha.
Tenho saudades dos meus três amigos coqueiros.
Quando voltei há algum tempo a Salvador me deu uma certa nostalgia ver que a casa já não existia mais e nem meus amigos coqueiros.
Mas a imagem que quero guardar é a dos meus coqueiros firmes e fortes a me fazer companhia.
Essa casa foi testemunha de algumas peripécias minhas. Como a do gato que recolhi na rua e convenci a minha mãe a ficar com ele. Foi um longo discurso. Mas consegui fazer com que o gato ficasse. Depois de um bom banho e uma tigela de leite ele ficou forte e bonito. Batizei-o de marronzinho por causa da sua cor.
Marronzinho era um gatão fujão. Vivia dando suas escapulidas e me assustando. Mas acho que ele gostava da casa e de mim e sempre voltava. Ele ficou comigo até eu voltar ao Rio. Deixei-o com meus amiguinhos da casa em frente.
Outra saudade foi quando no final do ano no jardim de infância a escola presenteou todas as crianças com um pintinho. Lindo! Peludinho e amarelinho. Alegria geral das crianças e desespero das mães. Mas eu não abri mão de levar o amarelinho, nome com o qual batizei-o, para casa. Tivemos que arranjar uma gaiola para colocar o pinto e protege-lo do gato. Durante um tempo eles foram amigos. Mas um dia o pintinho sumiu. E apesar de não terem me contado, acho que o instinto do gato falou mais alto e ele matou o pintinho. Chorei muito. Mas passou. Afinal eu tinha um mundo de sonhos para viver.
Foi uma época feliz da minha vida. Foi um tempo tranqüilo em que eu vivia com uma certa liberdade de poder brincar nas ruas .Correr livremente sem medos.
Saudade das visitas ao farol da Barra.
Saudades dessa terra gostosa e amiga que é a Bahia que me acolheu em seus braços com tanto amor e simpatia do seu povo amigo.
Olho para trás e ainda vejo a criança inocente, de olhos brilhantes, sentada no muro da casa esperando o seu pai voltar do trabalho ou o baleiro e seu carrinho passarem.
Vejo a menina brincando com seu jipe e conversando com seus coqueiros..
Hoje amanheci assim..com saudades da Bahia, da minha infância e com saudades de mim...

Patricia Montenegro
26-05-04 – 18.05 horas.

domingo, 6 de junho de 2010

Triste Realidade


Triste Realidade
[Patricia Montenegro]

Hoje aconteceu uma grande festa. Um grande e bizarro espetáculo, onde certamente o povo brasileiro, não foi convidado. Apenas assistiu como penetras, a grande festa, enquanto seus convidados, recebidos pelo Senador Renan Calheiros, se divertiam e riam diante da certeza da impunidade em uma terra de ninguém chamada de Brasil.
Um 'julgamento' de cartas marcadas onde o resultado já era esperado e certo.
O dia começou com um triste espetáculo onde os deputados e seguranças se esbofeteavam nos corredores do Plenário na tentativa de participar da 'festa'.
Depois de muitos gritos, protestos, palavras de ordem, as portas do plenário foram fechadas; microfones desligados, câmeras apagadas, laptops e celulares foram barrados na festa, tudo para manter o 'sigilo' e tornar licito o julgamento.
Por que as portas fechadas, voto secreto, barrar jornalistas, quando já se sabia o resultado final?
Proteger a quem? Nós, o povo brasileiro, certamente não.
Triste espetáculo.
Não cabe repetir os fatos já tão vergonhosos, sabidos e repetidos a exaustão. A gravidade dos fatos não está na vida particular de quem quer que seja; não está em casos extra-conjugais, filhos fora do casamento ou no fato da namorada Mônica Veloso estar nas paginas das revistas masculinas. Não...isso já é sabido e não cabe a nenhum de nós julgar.
A gravidade está na forma como tudo foi e é feito. A gravidade é usar dinheiro alheio para arcar com as próprias responsabilidades. É o desvio de verbas. É o roubo 'descarado'.É tudo terminar em uma grande pizza com sabor amargo e vergonhoso.
É a triste realidade que vivemos. É a impunidade gritante, é o povo brasileiro sendo feito de bobo. É a imagem de um Brasil desacreditado e entristecido.
É o Brasil das diversas cores vestido de negro em luto com a sua história.
Ah..o nosso Presidente Luis Inácio Lula da Silva? Ah..muito ocupado passeando de carruagem na Suécia...sob aplausos no mundo do faz de conta...
Só sendo Maluco Beleza...como dizia nosso Raul Seixas...para sobreviver no Brasil...

Rio de Janeiro, 12-09-07


Amar não é Possuir


AMAR não é POSSUIR
[Patricia Montenegro]

Eloá uma menina cheia de vida. Cheia de sonhos. Plena de alegria. Irradiando luz. Seu maior desejo? Ser feliz. Namorar. Descobrir o amor. Amar. Ser amada. Viver!
Vida essa arrancada. Sonhos interrompidos. Sorriso arrancado. A voz calada. A estrada da vida interrompida.
E por quê?
Pela ação desastrada da polícia?
Não cabe discutir isso agora.
Em nome do amor? De um amor alucinado?
De ciúme?
Não! Ao que assistimos não pode sequer ser chamado de ciúme.
Vida arrancada por um sentimento doentio de posse. Sentimento de obsessão. De domínio. De propriedade.
O jovem Lindemberg alegava amar Eloá. Mas o que ele sentia pode receber todos os nomes menos amor.
O amor não é posse. É liberdade.
O amor não é feito de obsessão. É doação.
O amor não prende por detrás das grandes. E sim liberta pelos campos floridos.
Amor não é grito. Amor é feito de palavras carinhosas.
O amor não é feito de cobranças e sim de compreensão.
O amor não divide. O amor soma. Complementa.
O amor não faz chorar. E sim sorrir.
O amor não fere. E sim ajudar a curar.
O amor não mata. E sim faz viver.
O amor é vida.
Vida essa que foi covardemente arrancada da menina Eloá.
Sabe o que é o amor? O amor verdadeiro? Amor ensinado por Deus ao próximo?
Foi o gesto dos pais da menina Eloá. Que mesmo em um momento de extrema dor doaram seus órgãos para que outras pessoas possam conhecer o sabor do amor.
Possam seguir pela estrada da vida.
Eloá agora é uma nova estrela brilhando no céu.
Eloá está ajudando a salvar vidas.
Porque isso é amor.
Doação.
Vida.
Que Deus e Nossa Senhora acolham e cuidem dessa menina recém chegada e tanto precisa nesse momento de amor. O amor que ela aqui plantou.

Rio de Janeiro, 19-10-08 – 19h. 10min

sábado, 5 de junho de 2010

1° de Maio = 1° de Abril


1° de Maio = 1° de Abril
[Patricia Montenegro]

Hoje é dia 1° de maio. Dia do trabalho. Que ironia 'comemorar' o dia do trabalho em um Brasil sem emprego. Dia do trabalhador desesperado que corre atrás do seu sustento e de sua família. Dia do trabalhador que suplica uma chance de trabalho em um Pais que poderia crescer se fosse levado a sério.
Um Brasil assolado pela miséria, pela violência, pelo descaso, pela corrupção, pelo desrespeito.
Um Brasil onde vemos os governantes brincando com povo. Um Pais de promessas, um País de um futuro que nunca chega. Um Brasil feito de CPIs que ao final de tudo termina em uma gigantesca e indigesta pizza! E lógico que o povo não é convidado a comer um pedaço dessa 'saborosa' pizza de tantos sabores e aromas. O povo observa de longe a festança e comilança. De mãos atadas, voz calada e pé cansados de caminhar em busca do rumo perdido.
Brasil o País do crescimento. Sim crescemos; mas um crescimento que não é desejado. Cresceu o desemprego, cresceu a corrupção, cresceu a fome, cresceu o numero de crianças abandonadas, cresceu a falta de acesso a educação. Cresceu a falta de acesso a saúde e as filas nos postos do INSS. Cresceu a falta de esperança, o medo, a pobreza e o 'anestesiamento' de um povo cansado de lutar que se conforma com o pouco que lhe é oferecido.
Nosso Brasil tão belo, tão grande, cheio de diversidades e valores. Brasil de terra fértil; Brasil das mais diversas raças e cores.
Brasil que tem um povo que apesar de tudo insiste em manter o sorriso no rosto e a esperança no coração.
Que possamos enfim um dia comemorar o crescimento desse Brasil que sonhamos e almejamos.
Que possamos ver o chefe de família chegando em casa sem medo de olhar nos olhos dos filhos, pois enfim o emprego foi conquistado. Que possamos um dia comemorar um Brasil onde a educação cresce; um Brasil onde a saúde é para todos, e a fome seja sanada. Um Brasil onde a corrupção seja punida e as verbas não sejam desviadas. Um Brasil que seja realmente para todos.
Por enquanto, infelizmente, não temos o que comemorar.E sim pensar e repensar.
Mas como brasileiros não podemos desistir e pensar bem na hora de votar. Depende de cada um de nós as mudanças. Depende de cada um de nós construir um Brasil melhor e de mais esperança e justiça.
Mas hoje o nosso 1° de Maio é apenas um 1° de Abril.

Rio de Janeiro, 01 de maio, 2007

1° de maio - Comemorar o que?


1° de maio - Comemorar o que?
[Patricia Montenegro]

Hoje é o dia do trabalho. Em um País sem trabalho.
Então eu pergunto: Comemorar o que?
O desemprego que assola o País?
Os milhares de desempregados que lutam pelo seu direito de trabalho?
Ou o salário que de tão mínimo mal dá para o mínimo da sobrevivência?
Comemorar o que?
O pai de família que chega em casa, depois de mais um dia de luta, em busca de trabalho, e não consegue olhar nos olhos dos filhos e dizer: menos um dia...?
Ou quem sabe comemorar a mágica de levar o alimento a mesa todos os dias e explicar as crianças o porque de só ter farinha e feijão?
Comemorar a fome?
Infelizmente não temos o que comemorar. Nosso Brasil parece viver no 'mundo do faz de conta' em que fechamos os olhos para uma dura realidade.
A grande maioria do povo brasileiro não precisa do feriado do dia 1 de maio. Pois para essa maioria todos os dias são, infelizmente, '1 de maio'. Um dia sem trabalho.
Não podemos comemorar a nossa política e tampouco o que ela nos oferece.
Não podemos comemorar o cinismo dos nossos políticos com seus discursos pré-fabricados em interesse próprio.
Não podemos comemorar o 'rombo' que é feito todos os dias nos cofres do País e nas verbas 'misteriosamente' desviadas que deixam a população sem acesso a saúde e educação.
Não podemos comemorar 'o mensalão' e cia ilimitada que assola o País entre tantas pizzas.
Não podemos comemorar o descaso dos governantes que em época de eleição pensam apenas em desviar a atenção do povo brasileiro falando em Copa do Mundo e 'hexa campeonato.'
Não! Não temos nada a comemorar hoje.
Mas infelizmente shows serão feitos em todo Brasil e o povo 'anestesiado' vai as ruas comemorar, cantar, dançar, beber etc. Para amanhã novamente 'cair a ficha' e ver que nada mudou.
De nada adiantam os protestos violentos onde a razão é perdida.
É preciso conscientização e amadurecimento. É preciso seriedade e vontade de mudar.
Temos sim que protestar da única forma viável que temos: o voto. Somente assim quem sabe poderemos um dia comemorar o 1 de maio.
Enquanto isso só temos a lamentar.


Rio de Janeiro, 01-05-06 - 12.02 horas

Recoradações de São João


Recordações de São João
(Patricia Montenegro)


É chegou São João! Época de festas. De comemorações. Época em que meu pensamento se reporta no tempo, me levando de volta à infância. Não que ela esteja tão distante. Mas aos trinta anos de idade tenho minhas recordações de São João.
Saudades das antigas e típicas festas juninas. Aquelas inocentes. Festa de São João tinha que ter pipoca, maça do amor, uva caramelizadas e algodão doce.
E para aguçar a gula não podia faltar cachorro quente, amendoim, canjiquinha, milho verde, pamonha, tapioca, maria mole, pé de moleque e paçoca. Às vezes tinha até vatapá. Tudo isso vendido em lindas barraquinhas coloridas.
Até hoje lembro do perfume gostoso dessas comidas típicas no grande pátio do colégio.
Como eram gostosas essas guloseimas.
Uma das vantagens de ter estudado em colégio de freiras eram que essas festas, além de serem bonitas eram também a verdadeira união da família. Cada um fazia a sua parte e ajudava como podia. Uns faziam as comidas. Outros trabalhavam nas barraquinhas.
Fazíamos até coleta de roupas e brinquedos para orfanatos.
E o mais gostoso era que nós crianças participávamos da decoração das festas. Cortávamos bandeirinhas, de papel, coloridas e fazíamos cartazes com desenhos representando a festa junina. Assim como os convites. Como essa participação era importante. Essa era a parte mais gostosa da festa. Fazer também a festa.
Não podiam faltar também as barraquinhas de pescaria, jogos e prendas.
As disputas entre as turmas: corrida de saco, ovo na colher, cabra cega e casamento caipira entre tantas outras.
Claro que tinha que ter a dança de quadrilha e suas cantigas tão bem ensaiadas para a festa ser completa.
Passávamos dois meses ensaiando passos e a música. Mas era pura diversão.
Roupas coloridas e chapéus de palha. Meninas faceiras em seus belos vestidos e meninos cheios de graça com seus bigodinhos feitos a lápis.
Realmente essas festas deixaram saudade.
Lembro de uma em particular quando eu tinha 8 anos e dancei a quadrilha com o meu primeiro “namoradinho” que com toda a sua personalidade dançou comigo vestido de astronauta. Eu achei lindo. Não somente pela originalidade mas também pela persistência dele com a professora em ser meu par.” Só danço se for com ela!”e de astronauta! Conseguiu os dois desejos. E eu, fui uma ‘caipirinha muito feliz e orgulhosa dançando a quadrilha de passos bem ensaiados com o ‘meu astronauta”. Acho que já eram os tempos modernos chegando...
Essa inocência das festas junina precisa ser resgatada. A pureza das crianças. A participação. O brincar sem temer. O criar e participar. O imaginar e sonhar.
Que possamos ter um São João à moda antiga. Que nossas crianças possam conhecer a beleza e magia dessa festa. Para que possam guardar em seus corações doces recordações das Festas de São João.

Rio de Janeiro, 21-06-03


POR QUE? [07-07-05]

POR QUE?
[Patricia Montenegro]

Hoje o mundo não foi acordado pelo sol ou pela chuva. Não foram musicas que ouvimos e sim explosões surdas de bombas.
Hoje o mundo acordou novamente estarrecido e assustado com imagens de uma Londres em pânico e acuada pela violência imoral e insana.
As imagens que vimos foram de pessoas de olhares perdidos e assustados. Pessoas andando sem rumo em busca de uma resposta do porquê de tanta crueldade.
Ataques planejados e calculados foram praticados em horários estratégicos contra uma população indefesa e inocente.
Não foi o som do famoso Big Ben que rompeu o céu de Londres com suas badaladas e sim o som desesperado de ambulâncias, corpo de bombeiros, policiais e o pranto de pessoas feridas e perdidas que ecoaram por toda uma cidade e escutado por todo o mundo.
Não foi apenas um imperdoável atentado político, religioso ou de qualquer outro cunho. Foi um atentado para matar pessoas inocentes em lugares freqüentados pela população de classe média (metrô, ônibus e trens) no horário de maior movimento.
Por que?
Porque assassinar? Em nome do que?
Manchar de sangue o mundo?
Por que tanto ódio? Tanta insanidade? Tanta crueldade?
Onde iremos parar?
Não importa quem praticou o atentado terrorista e sim que ele foi praticado. Que pessoas morreram e centenas estão feridas.
O que importa é que as pessoas tornaram-se prisioneiras de si mesmas e o medo tomou conta da vida de cada um.
Vidas foram arrancadas de forma cruel.
Até quando Meu Deus? Viveremos nessa barbaridade?
Até quando Meu Deus?
Hoje o mundo chora.
Deus chora pelos seus filhos.
Até quando?
Por que?


Rio de Janeiro, 07-07-05 – 17:25 horas



sexta-feira, 4 de junho de 2010

Olimpíadas 2016 - Rio de Janeiro




Olimpíadas 2016
Rio de Janeiro
[Patricia Montenegro]

Esperei a poeira baixar um pouco para emitir a minha opinião sobre a vitória da cidade do Rio de Janeiro para sediar as Olimpíadas de 2016.
Talvez muitos estranhem a minha opinião e pensem até que não sou patriota e não amo o meu Brasil.
-Quero ressaltar que sou carioca, moro no Rio de Janeiro e por isso não é um bairrismo insano da minha parte-
Mas é justamente o inverso. Amo meu País e vejo diariamente as mazelas as quais ele está entregue.
O Rio de Janeiro é sem duvidas uma cidade belíssima em beleza natural. Porém isso não é suficiente. Para achar que pode ser sede um evento do tamanho de uma Olimpíada.
O que percebo é uma grande jogada política onde mais uma vez o povo é enganado e tem sua visão desviada da realidade.
-Ontem essa cidade ficou parada e caótica a espera de um evento que em nada acrescentará ao povo-
A nossa realidade?
O Rio de Janeiro atualmente está completamente abandonado política e economicamente.
A violência aumentou barbaramente nos últimos meses. Sendo que nas ultimas semanas essa violência está rompendo as fronteiras das ruas e invadindo os lares.
-Lares esses já repletos de grades e cadeados-
Não existem mais lugares seguros. Não existem mais horários seguros. E quando precisamos não encontramos policiamento suficiente.
Confesso que hoje tenho medo de sair à rua porque não sei se voltarei.
Semana retrasada ao sair de casa na primeira esquina quase presenciei um assassinato. Quando passei um motociclista tinha sido assassinado ao reagir a um assalto.
Hoje se fico ‘presa’ em um congestionamento em um túnel fico apreensiva sem saber se é tão somente transito ou uma ação de bandidos para mais um arrastão.
Se uma motocicleta se aproxima fico em estado de alerta.
Isso não é vida. E sei que não é um problema isolado no Rio de Janeiro.
Mas uma cidade que pretende sediar um evento esportivo do porte de uma Olimpíada deve ter uma infra-estrutura mínina.
Hoje temos uma cidade sem transportes suficientes, sem postos de saúde, sem escolas, sem limpeza, violenta e corrupta.
- Será que vão querer realizar eventos na famosa ‘Cidade da Musica’ – obras paradas e abandonadas.
Queria acreditar que todo o dinheiro prometido para as famosas melhorias fossem realmente usado para isso. Mas não acredito mais. Não é o que nos mostra a nossa historia.
Agora passaremos seis anos com eventos, festas ao ar livre, comemorações etc. Tudo para mais uma vez desviar a atenção de um povo sofrido e carente em todos os sentidos.
Um povo em estado de alienação e anestesia.
O Rio de Janeiro apenas reflete a situação vivida e sentida no Brasil.
- Dominado pelo desemprego, corrupção e escândalos-
O Brasil tem muito ainda que crescer e aprender para querer sediar uma Olimpíada.
Mas o Rio de Janeiro ‘venceu’. Agora só resta esperar e ver no que vai dar.
Quero apenas dizer que não sou contra o esporte. Pelo contrario. Mas presenciei a ilusão que foram os jogos Pan Americanos.
Espero realmente estar enganada. E que o futuro me mostre isso.
Mas por enquanto não tenho porque comemorar a vitoria do Rio de Janeiro/Brasil para sediar as Olimpíadas de 2016.

Rio de Janeiro, 03 de outubro de 2009.

Carpe Diem!


CARPE DIEM!
[Patricia Montenegro]


Essa expressão que vem do latim quer dizer: aproveite o dia de hoje como se fosse único. Aproveite cada momento. “Colha o dia”.
Eu tenho como costume seguir esse lema. Viver um dia de cada vez e tirar o máximo proveito desse dia.
Assim é a vida. E esse é o lema que devemos seguir. Viver nossos momentos. Momentos oferecidos pela vida. Não deixar passar pequenas oportunidades. Oportunidades essas que são os ‘pequenos presentes’ que nos são oferecidos e que devido à pressa e o corre- corre do dia a dia deixamos passar e adiamos; Porém esses momentos não voltam mais. Cada momento é único.
Existe algo mais belo que o amanhecer? Você já parou para observar como o sol vai pouco a pouco surgindo no horizonte e subindo ao céu? E logo está lá: poderoso e aquecendo a todos. Chamando para a vida. Acordando corações.
Já ouviu o canto dos pássaros? E a mensagem de amor que eles transmitem?
E observaram a beleza e variedade das flores, plantas e matas? E suas diferentes cores? Isso é a natureza... É vida!
A beleza do entardecer.
O frescor da chuva e o seu cheiro bom quando beija a terra.
Observar esses ‘pequenos’ grandes detalhes é aproveitar os momentos que a vida está nos presenteando.
Não deixe que o medo o impeça de viver os seus momentos. Não deixe que supostos ‘preconceitos’ o impeçam de viver. E principalmente não deixe que a vergonha o impeça de dizer o que sente. Abra seu coração. ‘Grite’ o que você tiver vontade. Assuma seus atos e suas atitudes. Melhor, pratique seus atos e atitudes.
Não deixe que seus desejos fiquem armazenados em um canto do coração e acabem ficando esquecidos lá.
O tempo é implacável e não volta. Uma segunda chance exatamente igual a que nos foi oferecida não volta mais.
Uma coisa é certa nessa vida: nunca saberemos se algo poderia ter dado certo se não tivermos tentado. Ainda que não dê certo, você saberá que tentou e lutou para que desse certo. E um aprendizado ficou.
Só nos arrependemos daquilo que não fazemos.
Não tenha medo de viver o seu momento. Lute por ele.
Demonstre seus sentimentos a quem desejar.
Cante, beije, abrace, ria, corra e saia correndo em busca da sua felicidade.
Quando necessário chore... Procure um amigo, mas levante sacuda a poeira e dê a volta por cima. Pois o sofrimento também faz parte da vida e com certeza aprendemos e crescemos com ele.
Acima de tudo seja sempre sincero com você mesmo e ouça o seu coração. E nunca se esqueça de respeitar ao próximo para que possa ser respeitado.
Enfim aproveite a sua vida, os seus momentos, por menores que sejam eles são seus.
Dê valor às pequenas coisas, pois são elas que quando juntas fazem de nossa estória uma grande experiência.

Então: CARPE DIEM!



Rio de Janeiro, 25-04-03 – 17.55 horas.




* Gostaria apenas de ressaltar que não vejo o 'Carpe Diem' como uma irresponsabilidade ou não pensar no futuro e tampouco viver sem responsabilidades. Ao contrario. Muitas vezes o arriscar, o tentar, o viver o momento podem modificar o nosso futuro. Se você tem uma oportunidade que aparece em sua vida, mas fica em dúvida e deixa para depois, você está perdendo essa oportunidade. O meu Carpe Diem é agarrar essa oportunidade e seguir em frente.
Vejo também de um modo mais simples: se o dia está lindo lá fora e você sente vontade de tomar um sorvete - mas pensa- ah! O sorvete pode esperar. Coisas acontecem, o tempo passa e o sorvete ficou para trás...
Ou se você tem algo para dizer para alguém, mas adia tanto uma simples e importante palavra que talvez essa palavra nunca seja dita.
O Carpe Diem é isso: é viver...*












Gratidão


Gratidão
[Patricia Montenegro]

Você sabe o que é gratidão? Nos dicionários encontramos a seguinte definição: Qualidade de quem é grato. Agradecimento; reconhecimento por algo feito.
Mas a gratidão é muito mais do que isso. É um sentimento muito mais nobre e profundo. É uma pena que esse sentimento esteja tão esquecido nos corações das pessoas. Até mesmo uma data foi instituída, para comemorarmos algo que deve fazer parte do nosso dia a dia.
Mas a gratidão deve ser sincera e leal. Deve ser real. Gratidão não deve ser confundida com troca de interesses, bajulação ou puxa-saquismo. Gratidão não é tampouco sinônimo de piedade.
A palavra que melhor define a gratidão, realmente é o reconhecimento. Reconhecimento por algo que alguém fez pela gente sem nada querer em troca. São atos praticados em nome do amor e da amizade.
A gratidão pode vir através de uma palavra, um gesto, um olhar, um sorriso ou um abraço. É o agradecimento e o reconhecimento pelo gesto desinteressado de alguém.
Devemos ser gratos aos nossos pais não somente pelo sustento financeiro dado, a educação escolar, sem dúvida, importantíssimos, mas acima de tudo pelo amor e carinho. Pelas horas de sono perdidas quando das doenças infantis. Pelas palavras amigas sempre nas horas certas, pelos incentivos e apoio dados em cada decisão tomada. Pela mão sempre estendida ajudando a prosseguir na caminhada. É o reconhecimento do amor. O mais genuíno amor.
Devemos ser gratos também aos amigos, aqueles verdadeiros, que estão sempre dispostos a nos ouvir nas horas de angustias, tristezas e duvidas. Aqueles com os quais também dividimos as alegrias, os sucessos e as conquistas. Gratidão que vem por meio de um sorriso e da retribuição.
Ser grato é nobre e digno. Ser grato é não virar as costas e seguir em frente após conseguir o que almejava. Ser grato é ser sincero, leal e honesto. É ser verdadeiro.
Faça um balanço em seu coração. Busque dentro dele sentimentos adormecidos prestando atenção se você está sendo grato com aqueles que estão a sua volta. E veja também se você está recebendo essa gratidão de volta. Como toda estrada a gratidão também dever ter duas mãos.
Pense nisso.

Rio de Janeiro, 03-02-04 – 12.42 horas.


Decisões


Decisões
[Patricia Montenegro]

Nossa vida é marcada e pautada por decisões. Estamos sempre diante de uma decisão para ser tomada. Podemos nem nos dar conta mas as decisões estão sempre a nossa espera. Fazem parte do nosso dia a dia.
A primeira decisão que tomamos já é ao nascer. A decisão de respirar sozinhos. O difícil rompimento do cordão umbilical nos mostra que é hora de seguir em frente sozinhos. E como dói esse primeiro respiro, choramos mas seguimos em frente. É a decisão pela vida.
Quando somos bebes não escolhemos as coisas. Elas são escolhidas em nosso nome nos cabendo somente protestar através do choro essa escolha. Acho que é aí que começa a nossa segunda decisão: querer decidir.
Crescemos e vão surgindo as decisões que farão a diferença em nossas vidas. O que estudar. Que profissão seguir. Qual melhor trabalho. Qual a melhor opção a seguir. São as decisões que irão construir o nosso futuro.
No dia a dia temos nossas decisões quase que mecânicas. São decisões tão corriqueiras que nem notamos que são decisões. O que comer, o que beber, o que vestir etc..
Até para a diversão é preciso decidir. Cinema? Teatro? Restaurante? Praia? Piscina? Campo? E por aí vai. Olha a decisão aí de novo em nossas vidas.
É mais tem uma coisa que não decidimos: por quem nosso coração vai se apaixonar. Essa é uma decisão que nos foi arrancada. Por mais que tentemos não conseguimos escolher quem devemos amar.
O coração sozinho faz essa decisão, tantas vezes insensata, sem pedir a nossa opinião. Quando nos damos conta: pronto. Já está tudo decidido. E muitas vezes essa decisão do coração não é a decisão da razão. Encontramos então o primeiro conflito de decisões.
Não podemos decidir nossos sentimentos. A única decisão que podemos tomar é a decisão da renuncia. Conhecemos então umas das duras decisões da vida. Vemos então que nem tudo é possível e que muitas vezes, por mais doloroso que seja, temos que decidir por algo que queremos decidir.
Nesse nosso caminho feito por decisões devemos tentar tomar as melhores. Nem sempre isso será possível, vamos cometer erros, e vamos tomar a decisão de consertar esses erros.
Que nessa nossa caminhada possamos sempre decidir em sermos honestos, sinceros e leais. Que sejamos amigos, compreensivos e fraternos. Que sejamos justos e livres de preconceitos. Que decidamos em dar valor ao que realmente tem valor. E não nos levemos por caminhos errado e sem sentido.
Que nossa decisão seja o amor pelo próximo. Pela família e amigos.
Que decidamos pela paz. E que estejamos conscientes que nem sempre nossas decisões serão exatamente como desejamos.
Aprender a decidir não é fácil. Mas é necessário e vital.
Devemos decidir pela felicidade e integridade.
E existe uma decisão temos que tomar e seguir: a decisão pela vida. Sempre. Decidam em viver da melhor forma possível.


Rio de Janeiro, 16-05-04 – 21.38 horas

A Importancia do Incentivo




A Importancia do Incentivo

[Patricia Montenegro]

Há alguns meses atrás uma propaganda, de um banco, estava sendo vinculada nos meios de comunicação, que mostrava que hoje reconhecidos atletas, artistas, escritores etc, chegaram ao topo porque um dia alguém acreditou neles. Isso se chama incentivo.
Mas não é somente o incentivo financeiro que é importante. O mais importante dos incentivos é o moral. O incentivo feito por meio de gestos e palavras. Esse sim é o verdadeiro incentivo tão necessário ao crescimento de cada um de nós.
Ao dar seus primeiros e titubeantes passos o bebe logo recebe os primeiros aplausos e sorrisos. Isso faz com ele com um lindo sorrisinho desdentado siga em frente tornando-se a cada passo mais firme e seguro. Se não fosse o olhar cúmplice, o sorriso, os gestos e as palavras doces dos pais, provavelmente esse bebê não desenvolveria tão rapidamente a capacidade de caminhar.
E assim por diante. Os primeiros desenhos na escola e as primeiras letras mal escritas. A criança precisa desse incentivo para o seu desenvolvimento e segurança.
É a base de tudo. E esse incentivo é necessário durante toda a nossa vida e em todas as nossas decisões. Isso não quer dizer que a não existência do incentivo acabe por impedir a realização de algo mas que o incentivo ajuda isso ajuda.
As criticas quando construtivas são bem vindas e nos fazem crescer. Porém as criticas com intuito único de espezinhar, contradizer ou controlar os atos do próximo são desnecessárias e até mesmo destrutivas.
A crítica chamada destrutiva tem dois lados: ou faz com que a pessoa se esmere ainda mais para provar o contrario ou coloca abaixo um mundo de projetos e sonhos.
Que bom seria se pudéssemos fechar os ouvidos e os olhos a esse tipo de critica. Mas sabemos que a realidade não é bem assim e que um critica ou julgamento duro podem fazer ruir nossos desejos.
E como é bom um ‘empurrãozinho’ quando estamos em duvidas de qual caminho seguir. Como é necessário ouvir: puxa que legal! Vá em frente! Você vai conseguir! Não desista!
Como é bom ter um reconhecimento, ainda que pequeno, quando fazemos algo. Ainda que seja apenas um: Que bonito que você fez. Que trabalho caprichado. Não importa que seja uma palavra, uma frase, um sorriso ou um olhar de aprovação. Esse incentivo é importante.
É importante que se por acaso você ‘cair’ tenha alguém ao seu lado e diga: tente outra vez! Não desista! Você é capaz.
Incentivar é também mostrar os erros mas nunca ‘derrubar’ a pessoa ou fazer coisas que a façam parar ou desistir.
Elogios quando sinceros e verdadeiros fazem bem e são produtivos. E acima de tudo necessários.
Portanto: incentive a quem você gosta: Pais, Filhos, netos, irmãos, amigos ou conhecidos. Mas tenha uma palavra boa e gentil a dar a essas pessoas. Seja uma pessoa amiga e verdadeira em qualquer ocasião. Para que possamos ter: grandes médicos, engenheiros, arquitetos, jornalistas, desenhistas, poetas, escultores, esportistas etc. Para que possamos ter grandes pessoas.


Rio de Janeiro, 21-11-04 – 14.50 horas

domingo, 18 de abril de 2010

Algodão Doce


Algodão Doce
(Patricia Montenegro)

Lembro-me com saudade de quando eu era uma menina de mais ou menos 5 anos. Cheia de sonhos e fantasias.Em frente a minha escola tinha um vendedor de Algodão Doce. Todos os dias ele estava lá com seu carrinho mágico. Um senhor de cabelos brancos, como o algodão que fazia, e sorriso largo.Mas não era o Algodão Doce de hoje em dia, que vem em sacos plásticos, repletos de corantes e todo grudado. Não! Era um Algodão Doce solto, leve, suave e braquinho como nuvens, que surgia em questão de minutos de uma grande panela e era enrolado em palitinhos de madeira.Mas, eu apenas olhava, fascinada, o carrinho do Sr. Fazedor de nuvens. Por mais que minha mãe insistisse, eu não queria provar aquela nuvem encantada. Eu não queria quebrar aquele encanto que surgia diariamente diante de meus olhos.Muitas crianças saiam sorridentes com seu palitinho gigantesco de Algodão Doce. Mas olhar já era suficiente. E imaginar como era possível alguém fazer algo tão belo. E assim foi durante quase um ano. Todos os dias a saída de escola eu ficava lá por alguns instantes olhando a magia do criador de nuvens tão brancas e suaves.Mas eu era uma criança e tinha vontade de provar que gosto teria algo tão belo. Então um dia resolvi que eu provaria. Perderia o meu medo de quebrar o encanto e finalmente saberia o seu gosto.Eu estava ansiosa fará o termino da aula e quando o sinal tocou indicando o seu termino corri em direção a minha mãe e disse: Mãe! Hoje eu quero provar o Algodão Doce!E lá fui eu...com olhinhos ansiosos esperar o 'meu Algodão!'!O senhor de cabelos brancos sorriu para mim e disse: muito bem minha menina, farei um bem grande e especial para você! Em questão de minutos ele enrolava suaves, brancos e leves feixes de algodão.Finalmente provei. Um sorriso de satisfação surgiu em meus lábios. Como era doce! Gostoso! Como adoçava o coração.Compreendi então que ali naquele Algodão Doce, na minha nuvem, estavam contidos todos os sentimentos necessários para a vida. A doçura. O amor. O carinho. A alegria e a felicidade. Era o gosto da inocência e dos sonhos. Não dos sonhos destruídos mas sim a possibilidade de construir sonhos. E doces momentos em nossas vidas.Nunca poderei esquecer aquele Sr. Fazedor de nuvens...de sonhos..de Algodão Doce!Acho que para sempre aquele Algodão adoçou não somente a minha boca mas também a minha alma e coração.

22-09-03 - 18.46 horas

A ROSA
(Patricia Montengro)

Essa é a estória de uma jovem romântica, sensível e que possui muito amor em seu coração para distribuir a todos aquele a quem ela quer bem. Ela é transparente e dona de uma sinceridade que muitas vezes lembra a inocência de uma criança que ainda acredita em príncipes encantados.
Pois bem, essa jovem tinha dado seu coração ao seu ‘príncipe’e por ele tinha um grande amor. Ele por sua vez gostava da jovem mas de uma maneira menos romântica e sensível. Esse ‘príncipe’ era pratico e objetivo e esquecia de olhar as coisas belas que a vida oferecia. Ele esquecia que a vida é feita de pequenas gentilezas que se transformam em grandes gestos.
Um dia essa jovem estava em um restaurante com seu ‘príncipe’ era uma noite agradável e a conversa fluía com tranqüilidade. A porta do restaurante se abriu e por ela entrou um rapaz humilde que trazia em suas mãos um cesto com lindas rosas vermelhas que ele ofertava aos cavalheiros, em troca de algum trocado, para que esses oferecessem as suas damas.
Os olhos da jovem brilharam. Pois as rosas eram lindas e ela sempre foi uma apaixonada pelas flores e seus mistérios. Quanta sutileza existe em uma rosa e seu frescor. Ela pensou: quero uma rosa dessas, mas se calou a espera de um gesto gentil de seu príncipe.

Ao chegar a mesa onde estava a jovem e seu ‘príncipe’ o rapaz parou e estendeu uma rosa que foi imediatamente recusada. Ele disse de forma ríspida: não queremos rosas! Ele então se afastou e continuou a oferecer suas rosas em outras mesas onde todos os cavalheiros as aceitavam e as ofertavam as suas damas.
Para a jovem aquilo foi uma facada em seu coração tão romântico. Como podia aquele que ela achava ser o seu príncipe sequer perguntar se ela gostaria de uma rosa? Como podia ser tão duro e sem sentimentos? Como podia ser uma pessoa tão fria?
Todas as jovens e senhoras saíram daquele restaurante sorridentes e com uma rosa nas mãos. Mas não a jovem sonhadora e romântica. Ela saiu de mãos vazias e com o coração cheio de magoas com aquele que ela pensava ser o seu ‘príncipe’.
Nesse dia a jovem teve a certeza que aquele homem diante dela não era, não foi e jamais seria o seu ‘príncipe’, o seu cavalheiro romântico.
A jovem viu que aquele homem não tinha o amor e a gentileza em seu coração. Viu que não era o seu cavalheiro. Viu que não era como ela. Mas sim, um homem muito prático e sem nenhuma afinidade ou cumplicidade com ela.

A jovem não falou nada a ele pois de nada adiantaria pois ele nunca percebeu o quanto ele feriu a jovem naquela noite. Para ele tudo estava normal como sempre.
Ao deixar a jovem em casa novamente se despediu como sempre. Mas a jovem o chamou e disse que o amor tinha acabado, que já não existia mais romance entre eles e que era melhor que a partir daquele momento cada um seguisse o seu caminho e procurasse os seus objetivos.
Ele naturalmente nada compreendeu e perguntou o que havia acontecido pois estava tudo perfeito. A jovem respondeu apenas que eles eram muito diferentes. Que não havia a cumplicidade do olhar, das palavras e dos gestos entre eles. Que ela tinha acordado de um sonho que parecia bom mas que na realidade não era. Pois a verdade é que ele nunca completou a jovem totalmente. Eles nunca foram íntimos de verdade. Faltavam os temperos de uma relação: Amizade, gentileza, intimidade, cumplicidade, afinidade e doação. Resumindo faltava o amor.
O ex- príncipe até hoje não compreendeu como a jovem pôde deixa-lo daquela forma.
A jovem ficou sentida mas ao mesmo tempo sentiu uma enorme sensação de liberdade para viver uma vida na qual ela acredita. Com valores que ela acha importantes e procura pra si.
A jovem ainda está procurando o seu cavalheiro e sabe que um dia ele vai chegar e quem sabe com uma rosa nas mãos.
A rosa transmite tanto amor que foi capaz de mostrar a jovem onde esse amor não existia. A jovem não ganhou a sua desejada rosa vermelha mas ganhou algo mais importante a liberdade e a esperança de viver momentos felizes e compartilhados com alguém que tenha os mesmos valores de vida que ela.
A jovem ainda está esperando a sua rosa...e ela vai chegar..

Rj, 18-10-02-17.00 horas


Cri Cri


Cri Cri
[Patricia Montenegro]

Há alguns anos atrás nasceu um pequeno pássaro. Mas esse pássaro era diferente dos outros. Ele não tinha uma cor definida. Elas variavam de acordo com os sentimentos contidos em seu coração. O seu canto também não era tão belo, era diferente. E suas asas eram grandes e fortes. Ele gostava de voar alto, sonhando em conquistar novos mundos e amigos. Eternamente em busca do amor e da amizade. Mas era um pássaro solitário.Talvez por ser um pássaro que gostasse sempre de estar perto das pessoas insistindo em ser querido e amado tornava-se insistente demais e não era bem compreendido. Foi então batizado de Cri Cri.Mas Cri Cri não se importava em ser chamado assim. Ele queria apenas fazer amigos, levar alegria e ser feliz.Cri Cri não podia ver ninguém triste que ao seu modo tentava alegrar. Era também um excelente ouvinte. Podia ouvir por horas a fio as estórias dos amigos. Fossem momentos felizes ou tristes. Ele queria apenas ajudar e oferecer conforto.Cri Cri ficava lindamente colorido ao ver um amigo feliz. Seu coração enchia-se de luz. Ele era assim. Feliz em ver o outro feliz.Onde ele pudesse deixar uma palavra de amor, deixava.Mas os olhos de Cri Cri revelavam uma tristeza grande. Uma solidão. Parecia que as pessoas não gostavam muito do seu modo de ser. Não compreendiam seus sentimentos.Mas tudo o que ele desejava era entrar em um coração. Onde se sentisse aconchegado, protegido, amado, acarinhado, aquecido e acima de tudo compreendido. Em seus vôos por belas matas, campos e jardins ele conheceu as mais belas flores. Banhou-se em rios, mares, lagos e cachoeiras. Resistiu a ventos e tempestades. A tudo ele enfrentava com coragem. Não temia o sol muito forte ou as tempestades e raios. A tudo resistia com coragem.Mas havia algo que Cri Cri não conseguia superar e que a cada dia machucava mais seu coração: A falta de amor e carinho. A ausência de amigos. De palavras e gestos amigos.O pássaro não compreendia por que recusavam o seu carinho e lhe diziam palavras muitas vezes ásperas. Não suportava a indiferença. Isso tudo foi machucando seu sensível coração e tirando a força se suas asas para voar. Enfraquecido e cansado Cri Cri decidiu recolher-se. Não queria mais perturbar aos amigos que tanto amava. Escondeu-se então entre as flores que tanto amava.Resolveu então presentear aos amigos com sua ausência. Alguém tinha lhe dito isso uma vez. Talvez ninguém tenha notado a sua ausência ou sentido a sua falta. Mas Cri Cri tem um coração muito sensível e será capaz de escutar se um amigo chamar e com certeza vai voltar e quem sabe em um coração entrar.Nessa vida devemos estar sempre atentos a nossa volta. Quem sabe você tem um pássaro Cri Cri ao seu lado e não percebeu. Se tiver saiba que tudo o que ele deseja é amar e ensinar à você amar. Ajudar você a encontrar a felicidade.Procurem sempre a felicidade dentro de vocês, escutem o seu pássaro Cri Cri.

Rio de Janeiro, 27-01-04 – 10.03 horas